Espelhos
A transformação é um tema recorrente no meu espaço mental.
- "Tenho a certeza que vais fazer alguma coisa com isto."
Há coisas que simplesmente achamos bonitas. Espelhos foscos, de cores mutáveis, quase brilhantes, algo abstractos, janelas simples com o imenso potencial da reflexão.
Adoro um bom espelho, para mim este não é o mais nítido mas o que permite mergulhar na procura do Eu.
Tudo se transforma, sempre.
(Será a transformação também apenas perspectiva?)
A folha metálica é frágil e não esconde as pinceladas, a aguarela é-lhe algo incompatível e as duas apenas se tocam não se misturam como no papel.
O metal aqui representa o luto do que foi e a água é o novo sonho, o renascimento após a morte.
Curioso que ambos os elementos (água e metal) ofereçam reflexão e nos recordem que a roda gira à volta do observador.
Esta série está ainda em aberto, regressa daqui a uns tempos se quiseres saber o que surgiu dos meus pincéis.